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Entrevista

Carlos Eduardo Cerri

Diretor do Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical fala sobre sequestro de carbono e redução das emissões de gases de efeito estufa, o desenvolvimento de soluções inovadoras baseadas em carbono para tornar a agricultura tropical mais sustentável, o primeiro mapa da saúde do solo da América Latina e o uso de biocarvão feito de resíduos urbanos para melhorar a fertilidade nas culturas agrícolas

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Sobre

Carlos Eduardo Pellegrino Cerri é professor titular do Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) e diretor do Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical (CCarbon).

Possui graduação em Engenharia Agronômica (1997) e mestrado em Solos e Nutrição de Plantas (1999), pela Esalq/USP, e doutorado em Ciência Ambiental pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura/USP (2003). Em 2009, recebeu o Prêmio Fundação Bunge na área de Agricultura Tropical. Em 2021, foi um dos cinco brasileiros na lista da Reuters dos Cientistas Climáticos Mais Influentes do Mundo.

Em pesquisa, atua principalmente nos temas de sequestro de carbono no solo, emissão de gases do efeito estufa, dinâmica da matéria orgânica do solo em sistemas agropecuários, modelagem matemática, mercado de créditos de carbono, aquecimento global e mudanças climáticas.

FCW Cultura Científica – Professor Cerri, o que é o CCarbon e como ele foi constituído?

Carlos Eduardo Cerri – O CCarbon é o Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical, vinculado à Reitoria da Universidade de São Paulo e sediado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, em Piracicaba. Os sistemas agrícolas tropicais precisam ser aliados importantes no sequestro de carbono e na redução das emissões de gases de efeito estufa, de modo que possam contribuir para mitigar as mudanças climáticas. O desafio é aumentar a produção agrícola enquanto se reconcilia a sustentabilidade ambiental, social e econômica.


As linhas de pesquisa no CCarbon abrangem cinco áreas principais: solo, plantas, animais, atmosfera e ferramentas digitais. O centro também está integrado em um grande ecossistema de inovação para apoiar descobertas e novas tecnologias por meio de parcerias institucionais público-privadas. Atuamos em diversos biomas, promovendo práticas agrícolas de baixo carbono e ampliando o uso de tecnologias sustentáveis no campo. É assim que nos posicionamos para transformar a agricultura brasileira, tornando-a mais produtiva, resiliente e sustentável. 


O CCarbon tem apoio da Fapesp por meio do programa Cepid [Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão], sendo o primeiro centro nessa linha a atuar especificamente com agropecuária. Hoje, contamos com uma equipe composta por mais de 100 bolsistas – entre alunos de iniciação científica, mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos – além de cerca de 70 pesquisadores vinculados a instituições no Brasil e no exterior.


FCW Cultura Científica – Por que o foco em carbono?

Carlos Eduardo Cerri – O carbono está em todos os compartimentos do sistema agrícola: no solo, nas plantas, nos animais, na água e na atmosfera. Por isso, ele funciona como um excelente indicador das transformações ambientais e produtivas. A dinâmica do carbono permite avaliar se um sistema está equilibrado, degradado ou em processo de recuperação – e aponta caminhos para melhorar sua sustentabilidade. Além disso, o carbono é um dos principais indicadores da saúde do solo, conceito cada vez mais central nas discussões sobre sustentabilidade. A saúde do solo envolve aspectos físicos, químicos e biológicos, e o carbono está presente em todos esses eixos. Ele está ligado à fertilidade, à retenção de água e à biodiversidade microbiana, entre outros fatores essenciais para uma produção agrícola resiliente.


No CCarbon, nosso objetivo é desenvolver soluções que tornem a agricultura tropical mais sustentável. Essas soluções incluem tanto práticas agrícolas de manejo como ações de conservação e restauração da vegetação nativa, especialmente nas áreas de preservação permanente e reservas legais dentro das propriedades. Agricultura aqui entendida de forma ampla – abrangendo lavouras, pecuária, pastagens e também a silvicultura. É um sistema integrado, em que o carbono pode ser o elo entre produtividade e conservação.


FCW Cultura Científica – O CCarbon coordenou recentemente a produção do primeiro mapa da saúde do solo da América Latina e Caribe. Poderia explicar do que se trata?

Carlos Eduardo Cerri – O solo é a base da agricultura e, por consequência, da produção de alimentos, fibras, papel, biocombustíveis e muitos outros produtos essenciais. Um solo saudável oferece condições ideais para o crescimento das plantas e, por isso, é fundamental para a sustentabilidade da agropecuária. Pensando nisso, o CCarbon coordenou a criação do Mapa de Saúde do Solo da América Latina e Caribe, um projeto inédito e de grande escala. Com resolução espacial de 30 metros, o mapa cobre toda a região – não apenas áreas agrícolas específicas, mas grandes extensões de território. A visualização é simples e intuitiva, seguindo uma lógica semelhante à de um semáforo: áreas verdes indicam solos mais saudáveis; amarelas, condição intermediária; e vermelhas, solos degradados. Isso permite que produtores, técnicos e formuladores de políticas tenham uma leitura rápida da situação e possam tomar decisões mais informadas.


Mais do que diagnosticar, o mapa vem acompanhado de recomendações práticas. Um exemplo é o Guia Prático de Plantas de Cobertura, desenvolvido pelo CCarbon, que já está em sua segunda edição e reúne mais de 70 espécies recomendadas para diferentes contextos agrícolas. Esse guia, aliás, tornou-se o material mais baixado do Portal de Livros Abertos da USP, superando obras de todas as outras áreas do conhecimento. Isso demonstra a enorme demanda por informações aplicadas e acessíveis sobre como melhorar a saúde do solo no campo.


O prédio do núcleo administrativo do Centro CCARBON está localizado no campus da USP em Piracicaba (foto: Gerhard Waller/Divisão de Comunicação da Esalq)
O prédio do núcleo administrativo do Centro CCARBON está localizado no campus da USP em Piracicaba (foto: Gerhard Waller/Divisão de Comunicação da Esalq)

FCW Cultura Científica – O que são as plantas de cobertura e por que são importantes para a prática agrícola?

Carlos Eduardo Cerri – Na agricultura, há culturas principais – chamadas de safras – que dominam o calendário produtivo. No Centro-Oeste brasileiro, por exemplo, a soja é uma dessas culturas predominantes. Após sua colheita, é comum aproveitar a chamada safrinha para plantar milho, algodão, sorgo ou cevada, dependendo da região. Mas ainda resta um intervalo entre essas culturas, quando o solo pode ficar descoberto – e isso é prejudicial para sua saúde. É nesse período que entram as plantas de cobertura. Elas são cultivadas entre as safras principais, não com o objetivo de colheita, mas sim para proteger e melhorar o solo. Em lavouras comerciais, oferecem diversos serviços ecossistêmicos: controlam nematoides, estruturam o solo, reduzem a compactação e evitam a exposição direta à radiação solar, à erosão e à perda de umidade.


Essas plantas, antes conhecidas como “adubos verdes”, possuem raízes vigorosas que reciclam nutrientes, aumentam a biodiversidade microbiana e melhoram a estrutura física do solo. Também desempenham papel importante no sequestro de carbono, ajudando a capturar e estabilizar esse elemento no solo. Em geral, não se cultiva uma única espécie, mas sim misturas de plantas com funções complementares. Leguminosas, por exemplo, fixam nitrogênio; gramíneas quebram camadas compactadas; outras espécies auxiliam na solubilização de fósforo. Essa diversidade traz maior resiliência ao sistema agrícola.


As plantas de cobertura são apenas uma entre muitas técnicas que aliam produtividade e sustentabilidade. Outras práticas promissoras incluem o plantio direto, os sistemas integrados lavoura-pecuária ou lavoura-pecuária-floresta e os sistemas agroflorestais. Um destaque recente em nossas pesquisas é o biochar (ou biocarvão), que também tem grande potencial para melhorar o solo e capturar carbono de forma estável.


FCW Cultura Científica – Poderia falar sobre as pesquisas com o biocarvão?

Carlos Eduardo Cerri – Estamos desenvolvendo pesquisas sobre o biocarvão a partir de resíduos urbanos – um desafio ambiental crescente nas grandes cidades. Diferente do carvão comum usado em churrasqueiras, o biochar é produzido por pirólise, um processo de queima controlada da matéria orgânica em ambiente com pouco oxigênio. Isso resulta em um material altamente poroso, com grande capacidade de reter água e nutrientes no solo. Por exemplo, estamos testando a produção de biochar a partir de lodo de esgoto, restos culturais, resíduos orgânicos, dejetos animais dentre outras matérias primas. É uma forma de transformar um passivo ambiental em um insumo valioso para a agricultura. Quando aplicado ao solo, o biochar melhora a fertilidade ao abrigar microrganismos benéficos e atuar como uma esponja química: por ter carga negativa, atrai nutrientes na forma de cátions, facilitando sua absorção pelas raízes das plantas.


Outro benefício importante é sua contribuição para a redução das emissões de óxido nitroso, que é um gás de efeito estufa com potencial de aquecimento quase 300 vezes maior que o dióxido de carbono. Em nossos experimentos, a aplicação de biochar tem reduzido significativamente essas emissões, o que impacta diretamente na pegada de carbono dos produtos agrícolas, como grãos, proteína animal ou etanol. Ou seja, além de melhorar a produtividade, o biochar contribui para tornar a agricultura mais limpa e sustentável.


FCW Cultura Científica – Em síntese, o CCarbon busca soluções científicas que aumentem a sustentabilidade da agricultura tropical?

Carlos Eduardo Cerri – Exatamente. Nosso foco é desenvolver soluções baseadas em carbono para tornar a agricultura tropical mais sustentável, tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico. Já tivemos avanços importantes, mas ainda há muitas áreas operando com baixa sustentabilidade. Nosso trabalho é ampliar o alcance de práticas bem-sucedidas e criar estratégias replicáveis em larga escala.


O carbono é um excelente indicador e aliado nesse processo. Ele começa no solo, mas reverbera por toda a cadeia produtiva: passa pelas plantas, pelos animais, chega aos alimentos, aos biocombustíveis e ao clima. Por isso, tem sido central em abordagens como a chamada agricultura climaticamente inteligente. Há várias nomenclaturas em circulação – agricultura regenerativa, conservacionista, sustentável, soluções baseadas na natureza –, mas todas convergem para o mesmo princípio: produzir mais, com menor impacto ambiental e com maior capacidade de capturar e armazenar carbono.


O desafio é grande. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estima que, até 2050 – e 2050 está logo ali – o mundo precisará produzir 20% mais alimentos. No caso do Brasil, esse aumento deve ser de cerca de 40%, já que nosso país precisará compensar regiões do planeta onde a produção deve cair por conta das mudanças climáticas. Isso significa produzir mais em condições ambientais cada vez mais instáveis e com sistemas agrícolas que ajudem a mitigar a crise climática.


Essa preocupação com a sustentabilidade já é real para muitos produtores. Práticas como rotação de culturas, plantio direto, uso de bioinsumos, integração lavoura-pecuária-floresta, aplicação de biochar e outras estratégias ajudam a aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, melhorar a saúde do solo, capturar carbono e reduzir as emissões de gases do efeito estufa. O carbono capturado da atmosfera não fica solto: ele se transforma em matéria orgânica no solo, melhorando propriedades físicas (como a estrutura e a retenção de água), químicas (como a fertilidade) e biológicas (por fornecer alimento para microrganismos benéficos). Trata-se de um ciclo virtuoso, em que solo, planta, clima e produção trabalham em sinergia.


A chave está na resiliência dos sistemas produtivos. Em anos de clima favorável, a diferença entre adotar ou não essas práticas pode parecer pequena. Mas em anos adversos – que serão cada vez mais frequentes –, os sistemas mais resilientes sofrem muito menos. E nós já temos dados de campo que comprovam isso.


FCW Cultura Científica – Que outras práticas podem ser adotadas para a agricultura climaticamente inteligente?

Carlos Eduardo Cerri – Há várias práticas promissoras. Uma delas é a rotação de culturas – e aqui não falamos apenas da sucessão simples entre duas lavouras, mas da alternância entre três ou mais espécies ao longo do tempo. Isso promove maior diversidade biológica acima e abaixo da superfície. Plantas com diferentes exigências nutricionais se complementam, o que reduz o uso de insumos e melhora a saúde do sistema produtivo.


Outra estratégia importante é o uso de bioinsumos, que estimulam microrganismos do solo capazes de liberar nutrientes de forma natural. Isso diminui a dependência de fertilizantes inorgânicos. Também vale destacar o potencial associado à rochagem, que consiste no uso de rochas moídas – muitas vezes subprodutos da mineração – como fonte lenta e sustentável de nutrientes, desde que sejam materiais livres de contaminantes.


O sistema plantio direto é outro grande exemplo. Ele evita o revolvimento do solo em área total associado à manutenção dos restos culturais na superfície do solo e a rotação de culturas, ajudando a conservar o carbono e a manter sua estrutura física. O Brasil é líder mundial nessa técnica, com cerca de 33 milhões de hectares cultivados sob esse sistema – à frente de países como Estados Unidos e Argentina. Nos últimos dez anos, o país converteu, em média, 1,1 milhão de hectares por ano do preparo convencional para o plantio direto. E ainda temos um enorme potencial de expansão: mais de 20 milhões de hectares podem ser convertidos. 


Também estamos na vanguarda dos sistemas integrados, como a integração lavoura-pecuária-floresta. O Brasil já tem cerca de 17 milhões de hectares operando nesse modelo, que promove o uso eficiente do solo, diversifica a produção e aumenta a resiliência frente às mudanças climáticas.


Existem bons exemplos sendo aplicados no campo. Mas ainda há muito a avançar, e isso exige pesquisa aplicada, políticas públicas eficazes, difusão do conhecimento e engajamento do setor produtivo. Também é essencial comunicar melhor essas práticas. É o que temos feito no CCarbon por meio de cartilhas, vídeos, dias de campo e materiais técnicos acessíveis, além de artigos científicos que muitas vezes reverberam em reportagens e notícias. A transição para uma agricultura de baixa emissão de carbono precisa ser guiada pela ciência – mas também precisa falar a linguagem de quem está no campo.


O CCarbon conta com cerca de 70 pesquisadores vinculados a instituições no Brasil e no exterior e mais de 100 bolsistas, entre alunos de iniciação científica, mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos (foto: CCarbon)
O CCarbon conta com cerca de 70 pesquisadores vinculados a instituições no Brasil e no exterior e mais de 100 bolsistas, entre alunos de iniciação científica, mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos (foto: CCarbon)

FCW Cultura Científica – O senhor mencionou o conceito de pegada de carbono. Poderia explicar a diferença entre a pegada e o balanço de carbono?

Carlos Eduardo Cerri – A pegada de carbono é uma métrica originada na indústria. Ela estima quanto gás de efeito estufa é emitido para produzir um determinado produto – como 1 litro de suco de laranja, 1 quilo de carne ou 1 litro de etanol. Essa é uma informação importante, mas, no caso da agropecuária, é preciso ir além. O setor agrícola tem a particularidade de não apenas emitir, mas também sequestrar carbono, especialmente por meio do solo e da vegetação. Por isso, a métrica mais adequada é o balanço de carbono, que considera a diferença entre emissões e sequestro. E aqui, ao contrário de uma conta bancária, um saldo negativo é bom: significa que a atividade está sequestrando mais carbono do que emitindo. Essa abordagem é cada vez mais exigida pelos mercados internacionais. Produtos exportados para a Europa, Japão ou Estados Unidos precisam comprovar sua performance ambiental, e o carbono é uma das métricas mais valorizadas. Isso significa que medir e comunicar corretamente o balanço de carbono deixou de ser apenas uma questão ambiental – passou a ser também uma exigência de mercado.


FCW Cultura Científica – O CCarbon participa da construção dessas métricas?

Carlos Eduardo Cerri – Sim. O CCarbon, em parceria com instituições como a Embrapa, a Fundação Getulio Vargas formou uma Aliança e, juntamente com outras diversas universidades para desenvolver metodologias robustas de cálculo do balanço de carbono em diferentes sistemas produtivos. Estamos na linha de frente desse esforço e temos publicado resultados em revistas científicas de alto impacto, como Science e Nature, o que reforça a credibilidade internacional do trabalho desenvolvido no Brasil. E não se trata apenas de projeções ou modelagens teóricas.


Estamos no campo, medindo emissões com câmaras, abrindo trincheiras para analisar solos, coletando dados concretos. Esses dados são fundamentais para embasar políticas públicas como o Plano ABC e o ABC+, o RenovaBio, e o Plano Nacional de Recuperação de Pastagens Degradadas. Nosso papel é garantir que os compromissos assumidos pelo Brasil em fóruns internacionais – como o Acordo de Paris – sejam tecnicamente viáveis e possam ser efetivamente cumpridos.


FCW Cultura Científica – O CCarbon vai participar da COP30?

Carlos Eduardo Pellegrino Cerri – Com certeza. O CCarbon participou das últimas três COPs. Como diretor do centro, tenho acompanhado pessoalmente esses eventos, mas levamos sempre uma equipe com especialistas de altíssimo nível, que compartilham nosso conhecimento em diversos espaços de discussão. Na COP anterior, realizada em 2024 em Baku, no Azerbaijão, realizamos nove apresentações, tanto na Blue Zone quanto na Green Zone, que são ambientes distintos para debates. Antes disso, estivemos ativos na COP dos Emirados Árabes Unidos, com uma programação de cerca de dez atividades.


A COP30, que será realizada este ano no Brasil, tem um significado ainda maior. É uma oportunidade única de colocar na agenda global temas que em edições anteriores tiveram pouco espaço. Países como Azerbaijão, com foco no gás natural, e Emirados Árabes, com a economia voltada para o petróleo, naturalmente destinam menor atenção à agricultura sustentável. No Brasil, porém, podemos mostrar que a agricultura, a pecuária e a silvicultura, quando conduzidas de forma responsável, são parte da solução para a crise climática. Embora, como qualquer atividade humana, possam causar impactos negativos, praticadas com responsabilidade elas contribuem para o sequestro de carbono, a conservação dos ecossistemas e a segurança alimentar.


FCW Cultura Científica – E qual é a principal mensagem que o CCarbon pretende levar?

Carlos Eduardo Pellegrino Cerri – A mensagem principal é que não apenas é possível, mas fundamental produzir alimentos de forma mais sustentável e com balanço de carbono favorável. É importante destacar que, embora existam alternativas para os combustíveis fósseis – como energia solar, eólica e biocombustíveis – não há substituto para o alimento. Na COP29, contei a um ministro europeu que o país dele ainda mantém uma economia altamente poluente, baseada em petróleo e gás natural, e mesmo assim se coloca como modelo. Expliquei que há alternativas para a matriz energética, mas a grande questão é: o que faremos com a produção de alimentos? O desafio é claro: precisamos melhorar continuamente nossos sistemas produtivos, substituindo práticas agrícolas que causam alto impacto ambiental por outras que proporcionem um balanço de carbono mais benéfico. Não se trata de parar de produzir, mas de produzir melhor – com sustentabilidade, eficiência e responsabilidade.








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Revista FCW Cultura Científica v. 3 n.3 Set - Dez 2025

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