
Autoritarismo digital, sustentado pela concentração extrema de dados e pela dependência das plataformas online, o tecnofascismo não precisa de tanques, milícias uniformizadas ou marchas públicas. Seu campo de batalha é o fluxo de dados e suas armas são invisíveis: sistemas de vigilância, inteligência artificial, recomendação de conteúdo e censura. Sob o discurso da inovação e da liberdade de expressão, as Big Techs operam uma arquitetura de poder que reforça a polarização, distorce o debate público e ameaça a democracia. O risco contemporâneo não é apenas institucional, mas cultural e social. Quanto mais aspectos da vida dependem de tecnologias digitais que prometem conveniência e velocidade, mais a diversidade de modos de pensar e existir se estreita.
Nesta edição, FCW Cultura Científica entrevista Ana Julia Bernardi, Carla Montuori Fernandes, Ruben Interian e Vinício Martinez, pesquisadores cujos trabalhos contribuem para refletir sobre essa nova face do poder tecnológico – suas promessas, seus perigos e os caminhos possíveis para resistir à tirania invisível dos algoritmos.


















