Entrevista
Leticia Costa Lotufo
Professora do Departamento de Farmacologia do ICB-USP destaca o potencial incalculável do uso sustentável da biodiversidade para a inovação e fala sobre as soluções baseadas na natureza, oportunidades e desafios para o empreendedorismo a partir de serviços ecossistêmicos
Sobre
Leticia Veras Costa Lotufo é professora titular do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP. É membro da coordenação do programa Biota-Fapesp e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biodiversidade e Produtos Naturais (INCT-BioNat). Lidera o eixo de bioprospecção da Rede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade Marinha (Sisbiota-Mar) e é membro titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo.
Possui graduação em Ciências Biológicas pela USP, doutorado em Fisiologia pela USP e pós-doutorado na USP e no Scripps Institute of Oceanography da University of California in San Diego. É livre-docente em Farmacologia pela USP. Foi professora associada do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Foi membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências, vice-presidente e diretora executiva da Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental, membro do Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e coordenadora do Programa de Pós-graduação em Farmacologia da UFC. É a atual coordenadora da área de Ciências Biológicas II na Capes.
Sua atuação em pesquisa envolve a busca por novos fármacos anticâncer a partir da biodiversidade brasileira, em especial do ambiente marinho, área em que desenvolve projetos para o conhecimento da biodiversidade microbiana e do seu potencial biotecnológico visando ao desenvolvimento sustentável de novos fármacos.
FCW – Como são conduzidas as pesquisas em seu laboratório, que têm a biodiversidade como base para a produção de medicamentos?
Leticia Costa Lotufo – Nosso trabalho envolve a prospecção de produtos naturais que possam ser utilizados como protótipos para o desenvolvimento de bioprodutos. Por exemplo, no caso do ambiente marinho, começamos estudando corais ou esponjas e exploramos a microbiota associada a eles. Assim como os estudos de microbioma têm adquirido grande relevância na área de saúde humana, a microbiota relacionada ao ambiente marinho possui um potencial incalculável para produzir substâncias interessantes, reativas e com propriedades biológicas significativas. Uma de nossas iniciativas é o ProspecMar, Rede de Prospecção, Uso Sustentável e Conservação da Biodiversidade Marinha, que se concretizou mais recentemente com um projeto temático financiado pela Fapesp e com uma chamada do CNPq em biotecnologia marinha. Essa rede de pesquisa estruturada reúne cerca de 40 cientistas e 14 instituições no Brasil. Minha formação em pesquisa voltada para o estudo do câncer também tem me levado a investigar a biodiversidade marinha em busca de protótipos que possam servir como inspiração para terapias. Sempre tenho muito cuidado de falar protótipo porque é importante destacar que a pesquisa que fazemos é uma pesquisa inicial na cadeia de desenvolvimento de um fármaco. Trata-se de uma etapa de descoberta onde identificamos uma determinada substância, caracterizamos e investigamos seu funcionamento. Mas o desenvolvimento completo de um medicamento envolve muitas outras etapas. No Brasil, temos uma situação ainda mais complexa, especialmente ao considerarmos nossa indústria farmacêutica, que é voltada principalmente para a produção de genéricos e similares e não de produtos inovadores.
FCW – Como a pesquisa científica pode usar a biodiversidade de forma sustentável?
Leticia Costa Lotufo – Além de focar no desenvolvimento de bioprodutos que possam servir de inspiração para fármacos, é fundamental atribuir valor à biodiversidade. Agregar valor para fomentar a conservação, pois as pesquisas não podem mais ser baseadas em extrativismo. Então, para qualquer substância com potencial para ser utilizado, temos que pensar em seu uso sustentável muito cedo em nossa pesquisa. Ou seja, vamos no ambiente, mergulhamos, escolhemos onde coletar e decidimos que organismo estudar com base em informações fornecidas pela natureza, mas sempre levando em conta que, ao começar um processo de pesquisa mais sistemático, de achar uma substância interessante e com potencial biotecnológico, precisamos pensar em como fazer isso de modo sustentável. Isso é atribuir valor à biodiversidade. Não podemos repetir o que acontecia no passado, de coletar toneladas de um organismo para isolar miligramas de uma substância. É muito importante que isso fique bem claro, porque a prospecção ficou muito mal vista, ficou muito associada ao extrativismo e à biopirataria e não precisa ser assim. A bioprospecção, o conhecimento da nossa biodiversidade, é importantíssimo para nossa soberania como país. Estamos falando de um monte de recursos, de substâncias que podem, por exemplo, resultar em medicamentos ou ter papel importante na biorremediação de áreas impactadas.
FCW – É uma bioprospecção que estuda os ecossistemas pensando também em como eles podem ser conservados.
Leticia Costa Lotufo – Sim, é fundamental pensarmos na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas. Em nossas pesquisas, a ideia desde o princípio é buscar fontes que sejam sustentáveis. Buscar, por exemplo, bactérias que inspirem não apenas bioprodutos ou informações que permitam entender melhor doenças, mas também que possam ajudar a compreender o próprio equilíbrio do ecossistema. Estamos falando de algo bem complexo, com muitas facetas a levar em conta. Tomemos como exemplo os bancos de algas do Nordeste, podemos simplesmente explorar esse recurso, coletar as algas e usar na indústria alimentícia ou de cosméticos. O resultado é a sobrecoleta que vemos há tempos no litoral nordestino. Isso gera riqueza social? Inicialmente sim, porque comunidades locais estavam envolvidas com a coleta, que fornecia emprego e renda para aquelas pessoas. Por isso, não podemos dizer simplesmente que para conservar é preciso parar com a coleta, precisamos de alternativas para o problema que não prejudiquem as populações locais. Mas vamos voltar um pouco antes de pensarmos em alternativas. As algas, os bancos de algas, são berçários de reprodução de peixes e de uma infinidade de invertebrados marinhos. Ou seja, a coleta de algas pode, em um primeiro momento, gerar renda para as comunidades, mas e quanto ao impacto na própria vida dessas pessoas, que terão menos peixes e crustáceos para consumir ou vender?
FCW – O que essas comunidades que dependem da coleta de algas podem fazer?
Leticia Costa Lotufo – Um exemplo vem de um projeto temático muito importante coordenado pelo professor Pio Colepicolo Neto, do Instituto de Química da USP. Eles fizeram um trabalho junto às comunidades locais que levou ao cultivo de algas em cooperativas, com todo um manejo das áreas onde elas serão extraídas. Além disso, pelo cuidado no cultivo, chegamos a um produto melhorado que pode ser exportado e cuja sobra pode ser utilizada na produção de xampu, de sabonetes, ou seja, é algo com grande potencial de mercado. É um avanço na cadeia produtiva, que conseguiu envolver as comunidades locais e reduzir o impacto da atividade extrativista. É um exemplo que mostra a importância de empreender, porque ao empreender podemos agregar valor à biodiversidade e fortalecer as cadeias produtivas que envolvem as comunidades locais. Estamos falando da biodiversidade não apenas como algo a ser contemplado, mas como tendo um papel importante na própria manutenção da nossa espécie e do nosso planeta.
FCW – O programa Biota-Fapesp, da qual você é uma das coordenadoras, tem em seu novo desenho cinco eixos temáticos, um dos quais é a inovação. Quais são os objetivos do Biota Inovação?
Leticia Costa Lotufo – O Biota Inovação visa promover, incentivar e identificar oportunidades de inovação em bioprodutos e serviços ecossistêmicos. Desde 2003, com a criação do BIOprospecTA, o Biota tem conduzido projetos para a caracterização química da biodiversidade no estado de São Paulo. Ou seja, temos 20 anos de capacidade adquirida que pode fomentar inovação, pode nuclear startups. Não é o Biota que vai nuclear, mas podemos catalisar esse processo. Por exemplo, em 2022 o Biota integrou uma chamada PIPE Transferência do Conhecimento – junto com os programas de Bioenergia e de Mudanças Climáticas da Fapesp – na qual destacamos cinco linhas de pesquisa onde podemos utilizar o conhecimento adquirido no Biota e BIOprospecTA para iniciar projetos PIPE, de pesquisa em pequenas empresas. Junto com a professora Vanderlan Bolzani e com a coordenação de Pesquisa para Inovação da Fapesp, olhamos todos os projetos PIPE que estavam sendo fomentados para ver quantos estavam relacionados à biodiversidade. Isso foi muito interessante para mostrar o que era realidade e o que poderia melhorar, desde projetos de desenvolvimento de bioprodutos a outros voltados à educação em biodiversidade.
FCW – Com a professora Vanderlan você também organizou o Ciclo de Webinários Biota Empreendedorismo.
Leticia Costa Lotufo – Sim, para debater oportunidades de empreender baseadas em ativos da biodiversidade, ou seja, como recursos naturais podem ser um caminho de transição para um futuro sustentável. Muita gente participou daqueles eventos, o que foi ótimo, porque abordamos inovação farmacêutica e cosmética, mas também inovação em agricultura. Um dos eventos teve foco nas soluções baseadas na natureza, com a discussão de oportunidades e desafios para o empreendedorismo a partir de serviços ecossistêmicos. É importante destacar que quando falamos em inovação na biodiversidade, essa inovação abraça muitas coisas, ela não precisa necessariamente envolver o desenvolvimento de um produto, mas pode estar na melhoria de um processo, por exemplo. Muita gente enxerga a inovação apenas na forma de um produto de alto valor agregado, como um fármaco para tratar câncer que pode render bilhões de dólares por ano. Mas é muito mais do que isso. Nos últimos 20 anos tivemos um processo de desindustrialização do Brasil, com um enfraquecimento da indústria farmacêutica, que pouco inovou. Como vamos desenvolver cadeias produtivas no Brasil quando a nossa própria indústria quebrou esse processo inovativo? Na década de 1970, tivemos outra quebra na pesquisa com produtos naturais, porque são moléculas muito difíceis de sintetizar, de formular e de usar, são tóxicas. Mas nos últimos anos tivemos um retorno, pois se viu que se a química medicinal não conversar com a química de produtos naturais, ela vai perder muito da sua inspiração. Por exemplo, a maioria dos fármacos para câncer, em algum momento teve inspiração em produtos naturais.
FCW – No caso da produção de medicamentos, a inovação não pode estar apenas nos institutos de pesquisa e nas startups, não é?
Leticia Costa Lotufo – A pesquisa e inovação com bioprodutos, seja no Brasil ou no exterior, está sendo fomentada mais na academia e nas startups do que nas grandes empresas, mas a grande empresa precisa fazer parte. Ela é imprescindível quando precisamos avançar no processo de desenvolvimento de medicamentos e passar para as etapas mais avançadas, pré-clínicas e clínicas. E precisamos de investimento, inovação custa caro e temos falta de investimento. Alguém precisa ajudar a pagar a conta. Temos potencial para produzir fármacos inovadores? Claro que temos, mas um problema é que ficamos refém de importar tudo. A gente viveu uma pandemia onde de repente não havia kit intubação e tivemos que importar, mas as substâncias usadas no kit poderiam ter sido facilmente sintetizadas e formuladas no Brasil. Vamos olhar agora para o copo meio cheio em vez de olhar para o meio vazio. Na indústria de cosméticos há vários exemplos de empresas que cresceram muito usando ativos da biodiversidade. Temos grandes empresas, como Natura e Boticário, e temos também muitas startups que foram e continuam sendo criadas para alimentar essa cadeia de inovação.
FCW – Qual é o potencial do uso sustentável da biodiversidade para a inovação?
Leticia Costa Lotufo – É incalculável. Em nosso laboratório no Departamento de Farmacologia da USP, por exemplo, temos uma coleção com cerca de 1,5 mil bactérias marinhas coletadas dos mais diversos pontos no Brasil. Ali há uma infinidade de substâncias químicas com grande interesse para a indústria farmacêutica. Mas é importante ressaltar que a inovação não está necessariamente na substância. Quando estudamos um mecanismo de ação de uma substância química, podemos encontrar, por exemplo, uma proteína na célula tumoral que pode ser alvo daquela substância. Um alvo que até então não era conhecido. Com isso, trazemos para a cadeia de inovação um mecanismo de ação novo, de uma proteína que pode ser modulada e que terapeuticamente não era conhecida. Uma proteína que pode ter papel na resistência a múltiplas drogas, mas ficamos descrentes porque colocamos a barra muito alta. Inovar não é só ter fármaco na prateleira, há toda uma cadeia que a inovação pode induzir.
FCW – E não se trata de um processo rápido.
Leticia Costa Lotufo – Gostaríamos que fosse mais rápido, com resultados no curto prazo. De qualquer maneira, é como se fosse um quebra-cabeça no qual estamos começando a ter peças suficientes para montá-lo. Temos visto muitas empresas surgindo e um aumento no empreendedorismo, de modo que uma hora teremos um grande salto, mas esse salto não virá sem investimento. E por mais que eu puxe a brasa para a minha sardinha, o investimento não deve estar apenas na pesquisa básica. Precisamos de investimento na indústria e nas cadeias produtivas. Precisamos valorizar as cadeias que inovam com inclusão social. Dezenas de pequenas iniciativas podem trazer um retorno maior do que um blockbuster da indústria farmacêutica, pois trazem também um retorno de desenvolvimento econômico e social muito importante.
FCW – Como fica a questão da propriedade intelectual em relação às substâncias derivadas da biodiversidade?
Leticia Costa Lotufo – Não devemos ficar pensando em patentear uma substância natural ou um gene. O que se pode é patentear o uso de uma substância, um processo de obtenção, o desenho de síntese de uma molécula melhorada. Sou um pouco cética com relação à questão de patente. Não sei porque precisamos correr e patentear um monte de coisa de pesquisa básica se não tivermos um horizonte de inovação a partir desse conhecimento. Acho que quando se faz isso pode-se incorrer em um erro muito grande que é matar a pesquisa por fazer a patente cedo demais. No nosso departamento, estamos envolvidos com algumas patentes de desenvolvimento de formulações. Quer dizer, não é patentear uma molécula natural, mas uma forma – geralmente uma nanoformulação – que possa ter uma aplicação tópica, que possa ter uma aplicação sistêmica. É importante ter proteção intelectual, é importante patentear, mas é mais importante tentar entender a hora certa de patentear. Antes, ninguém patenteava. Depois, começaram a querer patentear tudo. Não é por aí.
FCW – Como as mudanças climáticas globais têm afetado a biodiversidade marinha?
Leticia Costa Lotufo – Há cinco anos, começamos a participar da Rede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade Marinha (Sisbiota), coordenada pelo professor Sérgio Floeter da Universidade Federal de Santa Catarina. Começamos com um zoantídeo [ordem de cnidários comumente encontrados em recifes de coral] e coletamos em Santa Catarina, Búzios, Arraial do Cabo e em duas localidades no Ceará duas espécies do gênero Palythoa, que é o cnidário mais comum na costa brasileira. Estudamos a metabolômica, ou seja, a assinatura química das colônias desses animais nesses diversos locais. Verificamos que do ponto de vista metabólico tínhamos duas espécies, mas não conseguíamos agrupá-las em espécies, agrupávamos dependendo do local em que eram coletadas. Observamos um forte impacto da característica ambiental sendo expresso no metabolismo. O que isso mostra? Mostra a presença de um indicador de estresse ambiental das mudanças climáticas que pode ser muito mais precoce do que imaginávamos. Com o Programa Ecológico de Longa Duração nas Ilhas Oceânicas (PELD-ILOC), coordenado pelo professor Carlos Eduardo Leite Ferreira, da Universidade Federal Fluminense, estamos investigando o impacto das mudanças climáticas e do aumento de poluentes no Arquipélago de São Pedro e São Paulo. O objetivo é encontrar perfis que possam ser sinalizadores de mudanças, por exemplo, do branqueamento de corais, que é um processo muito difícil de reverter. São informações que podem ser muito importantes na construção de medidas de mitigamento.
FCW – O que o Brasil oferece de diferente com relação à riqueza da biodiversidade?
Leticia Costa Lotufo – O Brasil tem não apenas uma das maiores diversidades do mundo, mas uma diversidade de biomas única. Falando de biodiversidade marinha, temos a maior costa tropical do mundo, a segunda costa em extensão, que sai de dunas para recife de coral. Acabamos de descobrir um bioma inteiro no Amazonas, os recifes da foz do Amazonas. É uma riqueza que ainda não somos capazes de compreender, porque, usando o exemplo da Amazônia, a riqueza da região não está na madeira. Madeira você derruba e acabou. A riqueza está dentro do caule da planta, dentro da folha. Não estamos dando o valor que a riqueza da biodiversidade brasileira merece e temos muitas lacunas de conhecimento, o que é muito preocupante. Por isso estão derrubando, estão destruindo, sem ter noção do que está sendo jogado fora. O estrago que tem ocorrido está deixando as próximas gerações sem futuro. É um potencial destruidor sem retorno.
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